domingo, 26 de fevereiro de 2012

Sabe quando você cria um animal... E esse animal claramente depende totalmente de você.
Acho que aí se experimenta um tipo diferente de paternidade. Um tipo de depedência baseada no amor de quem cuida.
Quando se vê um animal morrendo, sofrendo, e você olha nos olhos dele, e percebe que ele não tá pedindo pra que você o cure, não tá pedindo pra que você dêe a 'salvação' dele; ele só quer que fique com ele, que não o deixe morrer sozinho. E é isso que eu faço. É isso que eu vou fazer toda minha vida. Quantos animais tiverem sofrendo, será o número de animais que eu pegarei, e ficarei ao lado...
Eu já vi tantos animais que sofreram até morrer, simplesmente porque ninguém quis ajudar...Porque olharam e pensaram: 'coitado, tá morrendo'.
Gente, não é pensar, não é ter pena, é agir. É cuidar, é deixar que pelo menos o último momento deles aqui na Terra seja um pouco melhor.
Engraçado como algumas pessoas que dizem 'amar os animais' só amam os que são bonitos, os que estão em perfeitas condições... Não que esses também não precisem da nossa ajuda, mas quando vermos um animal 'feio', machucado, quase sem nenhum atrativo pra ninguém, a ponto de ser jogado, a ponto de todos passarem e se afastarem dele por tá cheio de feridas; é aí que as pessoas, que realmente amam os animais, devem ir lá, pegá-lo, e cuidar dele. Mostrar aquele animal que ele não veio ao mundo pra sofrer, que ele de forma alguma é inferior aos humanos...
Animais tem unhas, dentes, olhos, orelhas, coração... Animais sentem dor, animais sentem tristeza, solidão, rejeição... Qual é o motivo pra nós humanos acharmos que eles estão aqui pra nos servir? Qual é?

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Pior do que ficar em casa só vendo as horas passarem, é ficar em casa só, e imaginar que quando abrir a porta o mundo estará diferente.
Não muda. Por mais que se chore, se espere, se queira. Não muda.
Vai ser sempre a mesma coisa, e talvez, o que tenha que mudar é você.
E se você não mudar, fudeu.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Eu sempre procuro pensar que o mundo inteiro é uma grande máquina...
Se tratando de máquinas, não existe uma peça que sobre, uma peça extra; todas as peças desempenham uma função.
E se, eu pensasse que o mundo é uma máquina, eu talvez não seja uma peça extra, pois peças não sobram em máquinas.

-> A invenção de Hugo Cabret ♥

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Não basta ser forte, tem que suportar...
Não basta perder, tem que sentir a dor...
Não basta gritar, tem que se sentir só...
Não basta chorar, tem que se sentir vazio...
Não basta ser feliz, tem que duvidar...
Não basta tentar, tem que fracassar...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Se eu pudesse, eu te ajudaria.
Eu voaria até aí, e enfrentaria todo mundo!
Enfrentaria a polícia e essas pessoas que dizem te amar.
Despertaria sua imaginação, te levaria pra lugares incríveis, faria você perceber novamente o amor em sua volta. Mas eu não posso.. E talvez você nunca saiba que eu quis poder, que eu quis te ajudar. Que eu chorei por você.
E talvez um dia, você olhe pra mim e me chame de ingrato, de falso, e oportunista.
Saiba, eu te amo.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Oi. Acho que fazem meses que não falo comigo mesmo.
Mas... quem sou eu? Quem sou 'eu mesmo' ?
Apenas um otário que esper poder amanhecer pra dormir...
Um bobo que espera um amor... 
Uma criança que dorme com um urso...
É, esse sou eu.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Não me incomodo que falem mal de mim. Sempre falaram, e nunca se preocuparam se isso me magoaria.
Agora, queria dizer que as pessoas deviam realmente olhar mais pros seus umbigos. Olhar pros seus erros e suas vergonhas, e tentar ver que ninguém tem direito de falar de ninguém.
Eu conheço várias outras coisas que também podem ser chamadas de 'depravação' além das que dizem que eu faço.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O que acontece quando agente cresce? O que fica pra trás?
Porque não consigo ter mais aquela grande inocência de antigamente, aquele contentamento com a vida, aquele desejo de ser um super herói, de ser um jogador de videogame profissional. Aquele desejo de brincar até 1h da manhã, de dormir tarde e ficar ouvindo histórias de terror.
O que aconteceu com meus olhos, que viam tudo de maneira tão diferente? Eu podia jurar que eles naõ se perderiam por esse mundo, que sempre se encontariam em algum lugar entre meu choro e minhas angústias...acreditei errado.
Acreditei que ser feliz seria brincar e brincar e brincar, que a pior coisa seria ficar com raiva de um amiguinho, por que ele faria o grupo todo ficar contra mim. Que havia competição pra ver quem levava o melhor lanche pra escola...
Acreditar nisso tudo até foi bom por um tempo, me levou a ser feliz na minha infância, a me divertir, a conhecer...
Hoje em dia, acreditar me levar a me decepcionar, querer fugir, querer chorar.
Seila.
Seila. Oque significa 'ser uma boa pessoa'?
O que significa ter moral, ou ser uma pessoa de respeito.
Eu não sei. Talvez eu esteja entre 'depravado' e 'pervertido'.
Talvez eu esteja entre 'irresponsável' e 'viciado'.
Mas eu sei muito bem que tenho amor dentro de mim,
e que poucas pessoas irão descobrir e libertar esse amor.
Poucas.

TEXTO DE Luciliene Machado

A bem da verdade, não sou essa mulher fatal que você pensa que eu sou. Aquelas histórias de sedução foram todas inventadas e esse ar superior, de quem sabe lidar com a vida, é apenas autodefesa.
Aquelas frases filosóficas, foram só pra te impressionar, pra te passar essa ilusão de intelectual... na verdade eu ainda nem sei se acredito nos valores que me ensinaram, quanto mais em frases feitas e opiniões formadas!
Senta aí, vai! Deixa eu tirar os sapatos, desmanchar o penteado, retirar a maquiagem... quero te mostrar que assim de perto não sou tão bonita quanto pareço, por isso uso todos esses artifícios. É que no fundo tenho um medo terrível de que você me ache feia, de que você encontre em mim uma série de imperfeições.

Sabe, não quero mais usar essa máscara de mulher inatingível, de mulher forte com punhos de aço... No íntimo me sinto uma pequena ave indefesa, leve demais para enfrentar o vento, e, deseja ficar no aconchego do ninho e ser mimada até adormecer.

Olha pra mim, às vezes minha intimidade não tem brilho algum e você terá que me amar muito para suportar essa minha impotência.

Deixa eu tirar o casaco, tirar o cansaço... essa jornada dupla me deixa tão carente... A convicção de independência afetiva? É tudo balela! Eu queria mesmo era dividir a cama, a mesa, o banho... Queria dividir os sentimentos, os sonhos, as ilusões... um pedaço de torta, uma xícara de café, algum segredo...
Ah, eu tenho andado por aí, tenho sido tantas mulheres que não sou! Quantas vezes me inventei e até me convenci da minha identidade. Administrei minha liberdade. Tomei aviões, tomei whisky... troquei a lâmpada, abri sozinha o zíper do vestido... decidi o meu destino com tanta segurança! Mas não previ que na linha da minha vida estivesse demarcada uma paixão inesperada.
Agora, cá estou eu, trinta e poucos anos e toda atrapalhada, tentando um cruzar de pernas diferente, um olhar mais grave, um molhar de lábios sensual... mas não sei direito o que fazer para agradar.
Confesso que isso me cansa um pouco. Queria mesmo era falar de todos os meus medos, "dos seus medos?" você diria, como se eu nunca tivesse temido nada. Queria te falar das minhas marcas de infância, dos animais que tive, do meu primeiro dia de aula... queria falar dessas coisas mais elementares, e te levar na casa da minha mãe, te mostrar meu álbum de retrato (eu, me equilibrando nos primeiros passos), ah, queria te mostrar minha primeira bicicleta, com truques. Ela ainda existe! Queria te mostrar as árvores que eu plantei (como elas cresceram!) e todas essas coisas que são tão importantes pra mim e tão insignificantes aos outros.
Ah, você queria falar alguma coisa? Está bem! Antes, só mais uma coisinha: estou morrendo de medo que você saia desta cena antes de mim, que você saia à francesa desta história, e eu tenha que recolocar minha máscara e me reinventar, outra vez.