Como eu poderia começar uma história, aliás, uma que se trata de um garoto em especial?
Bem... Ele não sabia o que queria de sua vida, nem aonde suas ações o levariam... Acho que isso basta pra se começar uma história.
Era tão bobo em achar que todas pessoas eram boas, que todo amor era verdadeiro e que tudo a sua volta tinha um certo ar de mágico; era tão fechado em seu mundo que acreditava que ninguém olharia pra ele, que as pessoa só veriam o que existia por fora dele. Oh, pequeno garoto que só podia crer nas coisas que sentia, nas sensações que imaginava.
Mas um dia ele mudou, mudou pra pior diga-se de passagem, mas mudou!
Ele começou a perceber as mentiras nos olhos das pessoas, e a perceber a malícia em suas palavras... Ficou com medo, admito, ficou sem saber em quem confiar, por quem se deixar levar. Mas ele ficou mais autoconfiante, mais individualista e por consequência mais triste.
Deixou de ver a estranha mágica contida nas coisas e nos momentos de descanso, deixou de querer ver a beleza do sol e o dia e admirar a noite, poxa, ele simplesmente não via mais motivos pra continuar vivendo. Sentia-se excluído, único e sozinho, isolado das outras pessoas que sabiam lidar com os seus problemas. Ele sentia-se só.
Garoto, onde estava sua cabeça, quando voce tentou se matar?
Não o pergunte, ele não sabia!
Ele apenas sabia que o amor pra ele era um sentimento que nunca poderia sentir em sua real dimensão, que ouviria, que veria, mas que nunca o possuiria. NUNCA!
De que adiantaria então viver, sem possuir o amor? De que iria adiantar procurar sem nunca encontrar? Sonhar sem nunca acordar?
Ele sabia disso, sabia que não adiantaria apenas imaginar, sabia que ELE nunca iria chegar.
Então, num dia triste como todos os outros de sua vida, ele pulou de um precipício, desejando que aquilo fosse sua salvação, sua redenção, e algo mais...
Desejando que pudesse dali em diante, ser feliz, e que os dias de tormenta virassem dias de felicidade e de alegrias, que talvez, depois dali, nunca existiriam.
Bem... Esse era o garoto, e isso foi o que ele fez, simples. Assim, assim.
Filipe